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Na Bahia, população com maiores rendimentos ganha 11,3 vezes a mais que a com os menores

Desigualdade de gênero e raça persiste no estado e impacta no salário

Por Da Redação
Ás

Na Bahia, população com maiores rendimentos ganha 11,3 vezes a mais que a com os menores

Foto: Reprodução

Em 2022, a média do rendimento domiciliar por pessoa na Bahia atingiu R$ 1.000, um aumento de 6,7% em relação a 2021. Contudo, a ascensão não impediu que o estado se caísse para a 5ª posição no ranking dos menores rendimentos per capita no Brasil. Os únicos estados abaixo são Maranhão, Alagoas, Amazonas e Pernambuco.

Ao analisar as disparidades de gênero e raça, os dados revelam que, na Bahia, o rendimento médio mensal de homens é 3,6% superior ao das mulheres. Entretanto, quando considerada a diferenciação racial, a desigualdade se amplia substancialmente. Homens brancos têm um rendimento médio de R$ 1.462, enquanto mulheres pretas ou pardas recebem apenas R$ 891, resultando em uma disparidade de 64,1%.

Apesar da redução pelo segundo ano consecutivo, a desigualdade de renda na Bahia permanece expressiva. Em 2022, atingiu o menor nível desde 2012. Os 10% da população com maiores rendimentos, compreendendo 585 mil pessoas, ganhavam, em média, R$ 6.356, o menor valor nesse recorte em todo o país. Em contrapartida, os 40% com menores rendimentos, totalizando 2.301 mil pessoas, recebiam, em média, R$ 563 por mês, a terceira menor média nacional, superando apenas Maranhão e Piauí.

Essa disparidade evidencia que os mais ricos ganham 11,3 vezes mais do que os que possuem os menores rendimentos. Embora represente uma queda em relação a 2020 (17,6) e 2021 (12,5), a distância entre os extremos continua. 

A redução na desigualdade se deve, em parte, ao aumento de 2,7% no rendimento médio dos 40% com menores rendimentos, que passou de R$ 548 para R$ 563. No entanto, os 10% com maiores rendimentos experimentaram uma diminuição de 7,5%, de R$ 6.870 para R$ 6.356.

Em Salvador, a desigualdade de renda reflete de perto a do estado. Os 10% com maiores rendimentos, representando 134 mil pessoas, ganhavam cerca de R$ 9.424, sendo 11,2 vezes mais do que os 40% com menores rendimentos, totalizando 485 mil pessoas, cuja média era de R$ 839.

A desigualdade de renda na Bahia, em sintonia com a média nacional, reforça a necessidade de abordagens eficazes para enfrentar disparidades econômicas. O estado ocupa a 14ª posição entre os mais desiguais do país, com Piauí, Paraíba, Sergipe e Distrito Federal liderando as maiores discrepâncias e Santa Catarina, Rondônia e Mato Grosso apresentando as menores.

Bahia é o estado com mais pretos e pardos (71,5%) entre os 10% da população com maior rendimento domiciliar per capita

Em 2022, a Bahia se destacou como o estado brasileiro com a maior representatividade de pretos e pardos entre os 10% da população detentora dos maiores rendimentos domiciliares per capita. Segundo os dados do IBGE, sete em cada 10 pessoas (71,5%) nessa faixa de renda na Bahia se autodeclararam pretos ou pardos, enquanto apenas 27,9% eram autodeclarados brancos.

No Brasil, apenas 27,6% dos 10% com maiores rendimentos são pretos ou pardos, enquanto a maioria expressiva, 70,7%, é branca. Essa disparidade é explicada, em parte, pela composição demográfica dos estados, onde os pretos e pardos representam 81,2% da população baiana e 55,7% da população nacional.

A Bahia registrou um aumento significativo na proporção de pretos e pardos entre os 10% com maiores rendimentos em comparação com 2021, quando o índice era de 65,5%. Esse crescimento recoloca o estado na liderança desse indicador, atingindo seu patamar mais elevado desde 2018, quando alcançou 73,4%.

Essa tendência também se manifesta entre os 10% da população com menores rendimentos. Em 2022, a Bahia se posicionou como o quarto estado brasileiro com a maior proporção de pretos e pardos nesse grupo, totalizando 84,0%. Nesse ranking, a Bahia fica atrás apenas do Maranhão (87,8%), Amapá (86,3%) e Amazonas (85,3%), empatando com o Acre (84,0%). Em contraste, a proporção de brancos entre os 10% com menores rendimentos na Bahia foi de apenas 15,4%.

Nacionalmente, nos 10% da população com menores rendimentos, 73,6% eram pretos ou pardos, enquanto 25,4% eram autodeclarados brancos. 

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